Se existe uma palavra para descrever o impacto de Ainda Estou Aqui em Portugal, essa palavra é: estrondoso. O novo drama de Walter Salles, estrelado pela icônica Fernanda Torres, não apenas arrebatou a crítica, mas também dominou as bilheteiras com uma intensidade digna de superproduções hollywoodianas.

Logo na estreia, o filme lotou as 83 salas de cinema em que foi exibido, acumulando impressionantes 37.233 espectadores entre quinta-feira e domingo e arrecadando nada menos que 246.583 euros. Isso o coloca como a segunda maior bilheteria de um filme brasileiro em terras lusitanas, ficando atrás apenas do fenômeno “Tropa de Elite“.

Baseado nas memórias do escritor Marcelo Rubens Paiva, o longa transporta o espectador para o Brasil de 1971, em pleno regime militar. A trama segue a saga de Eunice Paiva, interpretada com maestria por Fernanda Torres, uma mulher que vê sua vida virar de ponta-cabeça quando seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), é preso, torturado e desaparece sob custódia da ditadura. Forçada a se reinventar, Eunice emerge como uma ativista incansável, enfrentando a repressão com uma coragem que ecoa até os dias de hoje.

Walter Salles, que volta à direção após uma década sem lançamentos, entrega uma obra potente, que mescla o drama humano com um rigor técnico impressionante. É a combinação perfeita entre o cinema de autor e a narrativa emocionante, sem perder a pegada política que sempre permeou sua filmografia.

A atuação de Fernanda Torres é o coração pulsante do filme. A entrega visceral da atriz lhe rendeu o prestigiado Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama, superando nomes como Nicole Kidman, Angelina Jolie e Tilda Swinton. E não para por aí: os rumores de uma indicação ao Oscar estão mais quentes do que nunca, levando em conta o histórico de reconhecimento da Academia por atuações intensas e emocionantes.

A crítica internacional já classifica Fernanda Torres como uma das performances mais poderosas do ano, e a presença de Fernanda Montenegro, interpretando uma versão mais velha de Eunice, adiciona uma camada de profundidade emocionante à narrativa.

Ainda Estou Aqui não é apenas um sucesso de público e crítica, mas também um resgate histórico essencial. Em tempos de polarização política, a história de Eunice Paiva ressoa com uma força brutal, relembrando o preço da liberdade e da luta por justiça.

O longa ainda segue em cartaz no Brasil, onde já ultrapassou a marca de 3 milhões de espectadores, provando que o cinema nacional ainda tem muito a dizer e emocionar.

Se você busca um filme que mistura atuações brilhantes, uma direção impecável e uma história que fica com você muito depois dos créditos finais, Ainda Estou Aqui é uma experiência obrigatória. E quem sabe, podemos estar diante do próximo grande representante do Brasil no Oscar.